Hospitais Senhor de Bonfim anunciam venda de 76 % do capital ao Grupo Trofa Saúde

Economia

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Os Hospitais Senhor de Bonfim, unidade de saúde sediada em Vila do Conde, anunciaram na passada quinta feira a transmissão de 76% por cento do capital social ao Grupo Trofa Saúde. A comunicação surge um dia depois de a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde ter dado conta da “celebração de um contrato promessa de compra e venda para a aquisição da totalidade do capital social da unidade”.
Numa curta nota informativa enviada ao final da tarde da passada quinta feira pelos Hospitais Senhor de Bonfim, não há referência à existência desse contrato com a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, falando, apenas, num acordo com o Grupo Trofa Saúde.
“Manuel Agonia, fundador e presidente do conselho de administração dos Hospitais Senhor do Bonfim, em conjunto com António Vila Nova, presidente do conselho de administração do Grupo Trofa Saúde, chegaram a acordo quanto à transmissão de 76% do capital dos Hospitais Senhor do Bonfim ao Grupo Trofa Saúde”, pode ler-se no comunicado.
No mesmo texto, também não é mencionado o valor da transacção, nem pormenores sobre o futuro dos quase 200 trabalhadores dos Hospitais Senhor do Bonfim, havendo apenas uma referência à “continuidade ao projecto”.
“Os Hospitais Senhor do Bonfim passam a integrar a rede do Grupo Trofa Saúde, dando-se assim continuidade ao projecto e à visão de Manuel Agonia, pioneiro no sector privado da Saúde em Portugal, agora no seio de um grupo de capital 100% português”, pode ler-se, ainda, no comunicado.
Os Hospitais Senhor do Bonfim, inaugurados em 2014, surgiram num investimento do empresário da Póvoa de Varzim Manuel Agonia, que aplicou na construção do maior hospital privado do país mais de 100 milhões de euros.
Nos últimos anos, a unidade estava atravessar alguns problemas financeiros, que colocavam em risco o funcionamento do hospital e a manutenção dos postos de trabalho.
Na passada quarta feira, a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde tinha anunciado a celebração de um contrato promessa de compra e venda para a aquisição da unidade, garantindo ter sinalizado o respetivo negócio, cuja concretização estava prevista para o próximo mês de dezembro.
A Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde sinalizou o negócio e a escritura seria assinada até 15 de dezembro, data em que tomava posse a nova administração.
“Eu achava muito difícil que isso pudesse ser verdade. As negociações não foram feitas de um dia para o outro, foi um culminar de vários meses de negociações e ele, inclusivamente, avisou que todos os outros interessados que poderiam estar naquela situação ou quem tinha posto o Hospital disponível para venda, iria comunicar-lhes que já estava vendido e que estava o negócio feito e, portanto, ficamos absolutamente convencidos que quando assinámos um contrato e sinalizámos um contrato ambas as partes estão com vontade de fazer o negócio e que é para cumprir”, salientou Rui Maia, da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, destacando que “nós vamos lutar pelo cumprimento do contrato”.