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Prisão preventiva para um dos suspeitos de branquear 40 milhões de euros em Vila do Conde

31 Outubro 2018
Prisão preventiva para um dos suspeitos de branquear 40 milhões de euros em Vila do Conde
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Um dos oito detidos no Norte por alegado branqueamento de 40 milhões de euros vai aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva, decidiu um juiz de instrução criminal de Matosinhos. Para os restantes sete detidos, o juiz determinou medidas de coação entre a apresentação periódica às autoridades e o Termo de Identidade e Residência.
Uma investigação de uma equipa mista da Polícia Judiciária do Norte e da Autoridade Tributária e Aduaneira conclui que aquele grupo, desarticulado, branqueou cerca de 40 milhões de euros no período compreendido entre janeiro de 2016 e março de 2018.
Na operação com o nome de código “Albare”, do latim branquear, as autoridades detiveram um total de oito pessoas, seis das quais indiciadas pela presumível prática de crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e venda, circulação ou ocultação de produtos ou artigos contrafeitos.
Trata-se de cinco homens e uma mulher de nacionalidade chinesa e a residir legalmente em Portugal. Os outros dois detidos estão indiciados por crimes de falsificação de documentos, auxílio à imigração ilegal e tráfico de estupefacientes.
A investigação do caso permitiu concluir que o esquema de branqueamento foi alimentado por negócios sem fatura a partir de uma plataforma logística na Zona Industrial da Varziela, no concelho de Vila do Conde.
Em conferência de imprensa, o coordenador da Secção Regional de Investigação do Branqueamento e das Infrações Tributárias da Polícia Judiciária do Norte, Henrique Correia, disse que a investigação do caso foi desencadeada quando se detetaram contas bancárias tituladas por indivíduos de nacionalidade estrangeira com movimentos considerados anómalos.
“Em muitas destas contas, o titular não era conhecido das autoridades, a abertura das contas não era feita por esse titular. O titular pura e simplesmente não deixava rasto”, acrescentou Henrique Correira.
A investigação levou as autoridades a um armazém funcionado como plataforma logística para as operações suspeitas e que era também sede de uma empresa que não apresentava qualquer declaração fiscal desde 2014.
Ao todo, ocorreram cerca de 40 buscas, efetuadas nos concelhos de Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Porto, Vila Nova de Gaia e Sintra, por cerca de 300 pessoas.