Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal suspeito de falsificar contrato de carro de luxo

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Melchior Moreira, presidente do Turismo do Porto e Norte, terá falsificado um contrato de aluguer com um concessionário para garantir um BMW de 80 mil euros.
O Ministério Público suspeita que Melchior Moreira, que está em prisão preventiva, contornou as regras da contratação pública, recorrendo à “modalidade de aluguer operacional para adquirir, para deslocações oficiais, um BMW melhorado com extras caros”. O veículo foi contratualizado por 80 mil euros, quando o Turismo do Porto e Norte de Portugal só poderia gastar até um máximo de 60 mil euros.
Para contornar as normas da contratação pública, o contrato de aluguer foi registado como um contrato de publicidade nas contas do Turismo do Porto e Norte de Portugal. Assim, para todos os efeitos, o concessionário seria pago para promover o Turismo do Porto e Norte de Portugal. Oficialmente, a empresa concessionaria da BMW recebia o dinheiro como pagamento para promover o Turismo do Porto e Norte de Portugal.
Melchior Moreira está implicado na Operação Éter que investiga suspeitas em torno de contratos, por ajuste direto, de mais de cinco milhões de euros, efetuados pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal com empresas de José Simões Agostinho, empresário, e Manuela Couto, também empresária.
José Simões Agostinho está entre os suspeitos da investigação, tal como a diretora do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Isabel Castro, a jurista da entidade, Gabriela Escobar Gomes, e a empresária Manuela Couto, detentora de empresas de comunicação.
São cerca de 70 os contratos do Turismo do Porto e Norte de Portugal sob suspeita das autoridades, a maior parte relativos a 2017 e a este ano. Estão em causa indícios de crimes de corrupção, tráfico de influências e participação económica em negócio.
Melchior Moreira foi o único dos cinco suspeitos a ficar em prisão preventiva.