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Voto de Louvor do PS à Paróquia de São João Baptista de Vila do Conde gera polémica

9 Maio 2018
Voto de Louvor do PS à Paróquia de São João Baptista de Vila do Conde gera polémica
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A Assembleia Municipal de Vila do Conde reuniu no passado dia 26 de abril e um dos temas que mais polémica levantou foi voto de louvor, apresentado pelo Partido Socialista, à Paróquia de São João Baptista pelas obras de reabilitação do Centro Paroquial.
No período antes da ordem do dia, o PS apresentou um voto de louvor pelo projeto e arranque das obras de recuperação do Centro Paroquial da Paróquia de São João Baptista de Vila do Conde, orçado em 1,5 milhões de euros, e depois interpelou a Câmara sobre a não atribuição de um subsídio específico para este projeto.
O tema gerou debate e Elisa Ferraz lamentou o facto de, em 44 anos de democracia em Vila do Conde, a Paróquia aparecer agora desta forma numa Assembleia Municipal e, sobre o apoio às obras de recuperação do Centro Paroquial, a Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde disse que a obra vai ser apoiada em centenas de milhares de euros, ao não pagar taxas e licenças para a intervenção no edifício, mas que a autarquia não vai fazer qualquer investimento direto.
Abel Maia disse que, em função da obra que está a ser iniciada, de recuperação do Centro Paroquial de Vila do Conde, se justificava que a autarquia atribuísse à Paróquia de São João Baptista um apoio suplementar, e que o PS não entende a razão para isso não acontecer. O PS de Vila do Conde considerara que remodelação do edifício “seria importante”, destacando que no local se presta “um serviço público, uma vez que no espaço 600 crianças frequentam a catequese”.
Em conferência de imprensa convocada especificamente para esclarecimento público, Elisa Ferraz considerou que “se está a fabricar uma polémica em torno da recusa da autarquia em apoiar financeiramente as obras de remodelação do Centro Paroquial da Paróquia de São João Baptista”.
Elisa Ferraz não entende que a obra vá servir para fins sociais e, apesar de lembrar que “o Estado é laico”, está disposta a prestar um apoio apenas em termos de isenção de taxas e licenças municipais para a construção do equipamento, como, de resto, é hábito da Câmara Municipal de Vila do Conde em termos de obras que visem servir a sociedade civil.
“Seria uma obra de interesse social se fosse ao encontro daqueles mais necessitados ou que estejam mais fragilizados. Não é o caso, estamos falar de espaços adequados à catequese, uma prática religiosa”, partilhou esta terça feira Elisa Ferraz.
A autarca lembrou que o projeto, que já teve apoio da autarquia com disponibilização de técnicos de engenharia e arquitetura, contempla “camaratas, suites, auditórios, que segundo diz o prior, serão para alugar”, algo que Elisa Ferraz não vê que tenha cabimento para atribuição de “dinheiros públicos”.
“Parece-me uma polémica fabricada. Porquê é que uma paróquia utiliza os partidos políticos para reivindicar incentivos? Parece-me incrível que atrás de uma proposta de voto de louvor venha uma implicação de um apoio financeiro”, desabafou Elisa Ferraz.
A presidente da Câmara lembrou que durante os seus mandatos já foram atribuídos apoios a outras paróquias do concelho, mas para pequenas obras de requalificação.
“Se houver necessidade de uma ajuda para umas requalificações, de um telhando, de um altar, das paredes, nós damos esse apoio. Mas aqui estamos a falar de um pedido para um grande projeto, de 1,5 milhões de euros, em que se pede colaboração para algo que não vemos dimensão social”, salientou Elisa Ferraz, manifestando que o projeto de remodelação do Centro Paroquial “não tem que ser pago pelo erário público”.
A presidente da Câmara de Vila do Conde garantiu que o responsável da paróquia nunca “pediu diretamente apoio para remodelação do edifício”, por isso estranhou que a questão tenha surgido numa Assembleia Municipal.
Elisa Ferraz vai mais longe e pergunta porque é que ninguém fala das obras que a Igreja Matriz de Vila do Conde precisa.