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Direcção-Geral da Saúde diz que não há indícios de surto oncológico no Lugar de Outeiro

6 Março 2018
Direcção-Geral da Saúde diz que não há indícios de surto oncológico no Lugar de Outeiro
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A Direcção-Geral da Saúde diz que não há indícios de surto oncológico no lugar de Outeiro, na freguesia de Árvore, em Vila do Conde. A conclusão foi divulgada em relatório na passada segunda feira, 5 de março.
No relatório intitulado “Pseudo-surtos de doenças oncológicas”, a Direcção-Geral da Saúde diz que “não existe evidência de maior registo de casos de tumor maligno, quando comparados com as restantes freguesias do mesmo concelho; os tumores referenciados são de órgãos diversos, não havendo nenhum tipo de tumor predominante”, mas há “apenas a realçar, e quando comparado com a realidade nacional, o aumento da mortalidade associado aos tumores do estômago, já conhecido em toda a região Norte, e atribuído a hábitos alimentares”, no entanto, “o número de óbitos atribuídos a tumores malignos, nos anos de 2014, 2015 e 2016 foram respetivamente de 5, 9 e 9. Para este triénio, e de acordo com a média nacional, para esta população seriam de esperar 41 óbitos por neoplasia maligna, tendo ocorrido apenas 23”.
“Pela análise das duas situações apresentadas descarta-se a hipótese de ocorrência de qualquer surto de neoplasias malignas”, salienta a Direcção-Geral da Saúde em comunicado.
Esta clarificação da Direcção-Geral da Saúde surge na sequência de vários órgãos de comunicação social terem alertado para a possibilidade de um surto oncológico no lugar de Outeiro, em Árvore, Vila do Conde.
“Os alarmes sociais de eventual aumento da incidência de cancro, têm sido mais frequentes nos últimos anos, refletindo tanto um aumento da perceção social da doença, como um receio crescente dos riscos ambientais.
É uma realidade que fatores ambientais podem levar a um aumento de doenças oncológicas, havendo vários exemplos paradigmáticos deste fenómeno. Os casos mais conhecidos estão relacionados com a exposição a radiações ionizantes, como foram os casos das populações de Hiroshima e de Nagasaki, durante a II Guerra Mundial, ou mais recentemente de Chernobyl ou de Fukushima por exposição a acidentes nucleares. Em Portugal destaca-se a exposição dos mineiros da Urgeiriça ou da população tratada com radioterapia no surto de Tinha.
Ainda em Portugal é histórica a relação entre a exposição ao agente de contraste torotraste e o aumento de cancro de fígado”, frisa nas considerações finais a Direcção-Geral da Saúde.