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Raríssimas… Casos não raros.

22 Dezembro 2017
Raríssimas… Casos não raros.
Opinião
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IPSS são Instituições Particulares de Solidariedade Social, constituídas por iniciativa de particulares, sem fins lucrativos, com um dever moral de solidariedade e justiça.
Por princípio, as IPSS são úteis e necessárias na sociedade, pois substituem o Estado onde este não chega com o apoio aos mais frágeis e necessitados.
Está claro que estas instituições ou associações têm de se reger por estatutos e regulamentos. Têm de ter um corpo diretivo ou gerente com presidentes, diretores, tesoureiros e outros, além de funcionários.
Na minha ótica e olhando ao principal dever e objetivo destas instituições que é a solidariedade e a justiça, não devia haver aproveitamentos dos cargos que se ocupa. Devia existir antes mais voluntariado e filantropia e não tantos assalariados.
Pelo que conheço, no nosso concelho existem várias IPSS e sei que em algumas o corpo diretivo não é remunerado, mas em outras ganham e não é pouco. Valores entre 1000 e 3000 euros são imorais e vão contra o princípio do que é ser uma IPSS. Que os funcionários tenham o seu salário, acho bem pois é o seu meio de sobrevivência, mas que presidentes e diretores ganhem valores exorbitantes e que normalmente e em muitos casos acumulam com vencimentos de outras empresas onde trabalham é imoral. Que tenham ajudas de custo por deslocações ou outros gastos, desde que devidamente comprovados e aprovados, até aí tudo bem, agora quererem ser remunerados só porque de vez em quando vão à instituição assinar um documento, acho mal.
Até parece que se criam IPSS só de nome porque na prática funcionam como se de empresas se tratassem, tendo em vista o lucro.
Se a ideia de alguns gerentes é essa, está mal, até porque sabemos que uma boa parte do dinheiro que entra nessas instituições é do Estado, dos contribuintes, de todos nós, além dos donativos particulares.
Que haja moralidade nas instituições e associações para que não aconteçam casos, não raros, como a Raríssimas.
Já agora um feliz Natal para todos.

António Postiga