Última hora

120 Batimentos Por Minuto

12 Dezembro 2017
120 Batimentos Por Minuto
Cultura
0

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que desde o início da epidemia de VIH, em 1981, até aos dias de hoje, cerca de 35 milhões de pessoas tenham morrido com o Vírus da Imunodeficiência Humana. Este é quase o número atual de indivíduos que vivem com VIH, que segundo as estimativas da OMS são 36,7 milhões no mundo inteiro, estando a maioria deles envolvida numa luta pela sobrevivência e por condições dignas de assistencialismo hospitalar – dois assuntos centrais no argumento de 120 Batimentos Por Minuto e que garantiram a vitória do filme da Queer Palm, prémio cinematográfico independente atribuído à melhor película LGBT, no Festival de Cannes 2017.
Em Paris, início da década de 1990, um grupo de activistas esforça-se por captar a atenção da opinião pública para a epidemia de VIH que, durante os últimos anos, causou a morte a milhares de pessoas pertencentes à comunidade homossexual. Face à inacção do Governo francês, que nada fez para prevenir o alastrar do VIH, alguns jovens criam a Act Up (AIDS Coalition to Unleash Power) para promover ações não-violentas em defesa da prevenção e do tratamento do Vírus da Imunodeficiência Humana. É neste contexto que Nathan, um jovem que se junta ao movimento, conhece Sean, um dos militantes mais fiéis da Act Up e acaba por ver a sua vida transformada.
Terceira longa-metragem de Robin Campillo, um cineasta francês nascido em Marrocos há 55 anos, este drama recria a luta do grupo Act Up, criado em 1987, em defesa da prevenção e do tratamento do VIH em França.
Robin Campillo empresta as suas memórias do tempo da Act Up Paris a 140 minutos de filme e fala sobre VIH e a decadência das instituições francesas, num espetáculo de emoções que agarrou Cannes à primeira imagem.
120 Batimentos Por Minuto foi o filme-sensação da 70.ª edição do Festival de Cinema de Cannes, em 2017, onde recebeu o Grande Prémio do Júri. A realização fica a cargo de Robin Campillo (Les Revenants, Eastern Boys), segundo um argumento seu e de Philippe Mangeot, presidente da Act Up francesa nos anos 1990.