Quando dar chocolate às crianças?

Opinião

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O chocolate, tal como os outros doces, não devem ser oferecidos às crianças por rotina, principalmente, se elas tiverem menos de 1 ano, se estiverem acima do peso recomendado, ou se houver outra situação de atenção especial (por exemplo, intolerâncias, alergias, diabetes).
Nas crianças saudáveis, aponta-se os 3 anos como sendo a idade ideal a partir da qual se pode dar a conhecer o chocolate, mas sempre com a salvaguarda que é algo que deve ser consumido com moderação e integrado num plano alimentar saudável. O que acontece frequentemente é que, sendo um produto muito atrativo, as crianças acabam por provar o chocolate antes dos 3 anos. Nestas situações, deve-se reforçar, ainda mais, a ideia que só deve acontecer esporadicamente e de forma moderada.
Nas crianças com algum tipo de restrição, como as referidas anteriormente ou outras, deve-se ponderar a situação com os profissionais de saúde que acompanham a criança.
Como integrar o chocolate na alimentação da criança?
O momento e a forma como o chocolate entra na alimentação das crianças é determinante. Desta forma é importante ter em consideração o seguinte:
•O chocolate deve ser consumido só de vez em quando, pode-se comer, por exemplo, nas festas, mas não se pode tornar um hábito de todos os dias ou de todas as semanas;
•Atenção a quantidade! A marioria dos especialistas defende que a criança pode comer no máximo 30g de chocolate de leite num dia, o que já corresponde a cerca de 16g de açúcar simples. Mais do que isso, além do aporte calórico ingerido, pode levar a alterações gastro-intestinais, tópicas, entre outras;
•O chocolate nos horários certos! Não oferecer como lanche, mas sim como sobremesa após o almoço, por exemplo, mas sem dar a entender que é um prémio. É de evitar comentários como “só comes o chocolate se comeres a sopa toda”, pois desta forma a criança vai associar o chocolate ao prémio e pode passar a apenas a comer tudo se receber aquela recompensa e não pela importância dos hábitos nutricionais saudáveis;
•Tipo de chocolate – não oferecer chocolates com avelãs, amêndoas, caramelo, etc. e prefira chocolate amargo (com maior quantidade de cacau e menos de açúcares e gordura, benéfico para a prevenção de doenças cardiovasculares). Também o chocolate branco deve ser evitado (por causa da grande quantidade de manteiga de cacau);
•Não sejam os pais a oferecer o chocolate, deixar essa parte para os outros familiares e amigos. E se a criança não quiser comer, não insistir com ela. Desta forma, relativiza-se a importância do chocolate na alimentação;
•Explicar aos seus familiares e tentar fazer com que eles não ofereçam aquele grande ovo de chocolate… Se querem realmente dar, ao menos que ofereçam o ovo menor;
•Ter sempre cuidado para possíveis reações alérgicas (principalmente se a criança não estiver habituada a comer chocolate).
Conclusão, o chocolate não deve ser visto como o alimento proíbido, ou da asneira, ou da irreverência… tal como tudo na nossa alimentação, deve ser ponderada a quantidade, o momento e a forma como o chocolate está presente na alimentação da criança.

Ana Sofia Portela