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A vida que a gente leva…

19 Outubro 2017
A vida que a gente leva…
Opinião
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É minha convicção de que o tipo e a forma de vida que levamos influenciam o nosso metabolismo e a nossa saúde.
No meu caso pessoal, a minha vida gira em quatro, direi, principais vertentes diferentes, mas que se interagem numa vivência diária e permanente: o trabalho, a família, o voluntariado e a cidadania.
No campo profissional, como agente de telecomunicações, atendo vários casos de clientes com todo o tipo de problemas técnicos e processuais no seu relacionamento com as várias operadoras, a quem vou tentando arranjar soluções, com a elaboração de novos contratos, rescisões de alguns, reformulando outros e também tendo situações insolúveis. São tantas as questões que se me colocam que nem sempre os resultados são os mais esperados e, entre clientes que ficam satisfeitos, existem os que saem contrariados, mas a vida é assim e eu procuro fazer o meu melhor.
Em família, somos cinco pessoas em casa, todos adultos, cada um naturalmente com o seu “mundo” e os seus sonhos, mas que acabamos todos por partilhar e vivenciar. Criar consensos, colaborar, ajudar, participar, ceder, amuar, chatear, cair, levantar são palavras e sentimentos que diariamente vamos vivendo.
Eu, como pai, e a minha esposa, como mãe, temos a responsabilidade maior de os ir gerindo e resolvendo muitas vezes com redobradas dificuldades, sendo tantas as solicitações.
No voluntariado, trabalhamos muito na paróquia. Igreja, catequese, escuteiros e alguns movimentos são locais que quase diariamente frequentamos. É essencial organizar tempos e horários para que se possa de uma forma desinteressada e livre poder fazer alguma coisa pelos outros.
Eu, pessoalmente, como coordenador dos Ministros Extraordinários da Comunhão, tenho de gerir uma equipa de vinte homens num processo de missas e visitas a mais de cinquenta doentes que fazemos domingo a domingo. Não é fácil porque todas as semanas surgem situações inesperadas onde é necessário encontrar soluções, entreajudas e acordos para que as coisas funcionem e aqueles a quem servimos não fiquem prejudicados.
Na vida social, cívica e política, eu, que há uns anos atrás até nem me metia muito nisso, desde que entrei na luta “em defesa da Igreja de Caxinas”, aquando da construção do prédio a seu lado, resolvi ter uma intervenção mais ativa, quer cívica, quer política, e exercer com mais vigor o direito à cidadania que a liberdade e a democracia me garantem, tendo participado em assembleias, reuniões, debates e nas redes sociais, onde vou dando os meus pareceres e ideias e comentando a minha visão de como a nossa terra poderia crescer harmoniosa e estruturadamente. Não tem sido fácil devido à grande disparidade de ideias e de interesses instalados cá no nosso burgo, mas também sei que isto é assim e temos que saber conviver com as várias ideologias, algumas reinantes e bem instaladas.
Isto tudo para dizer que o nosso cérebro nunca está parado. Ele é uma grande máquina, como aliás todo o nosso corpo.
No entanto, essa máquina também pode sofrer acidentes e eu estou em crer que este acidente que sofri foi a sequência de alguma tensão e stress que estaria a viver.
De qualquer forma podemos e devemos tentar contrariar este tipo de vida frenética e stressante, que por vezes temos, fazendo algumas pausas, algumas paragens que podem ajudar a nossa saúde.
Praticar desporto, caminhar, passear, descansar, relaxar, ir à piscina, andar de bicicleta, ver o mar, o pôr-do-sol, namorar, fazer amor, conviver e ter tempo para nós são pontos importantes.
Saindo desta é o que vou fazer, para o meu bem e para o bem da minha saúde.
Que a vida nos seja propícia e que sejamos felizes.

António Postiga