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Homem de Vila do Conde assume em tribunal ter encomendado a morte dos pais

4 Outubro 2017
Homem de Vila do Conde assume em tribunal ter encomendado a morte dos pais
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O homem acusado de encomendar a morte dos pais, no passado mês de novembro de 2016, em Mindelo, Vila do Conde, confessou esta terça feira, 3 de outubro, os factos, no Tribunal de Matosinhos, onde começou a ser julgado.
“Não há nenhum motivo válido, perdi o discernimento, agora sinto-me culpado, revoltado e envergonhado e, por isso, quero ser condenado”, disse esta terça feira o arguido, perante o tribunal de júri, constituído por um coletivo de juízes e quatro jurados.
O suspeito, de 48 anos de idade, em prisão preventiva, referiu que quer “renunciar à herança” e “voltar a falar com os pais”, com quem não tem contacto desde que foi detido, “para pedir desculpa”.
O homem encomendou a morte dos pais com o objetivo de ficar com a herança, tendo entregado ao outro suspeito, igualmente preso, como adiantamento, um cheque e dinheiro que este transferiu para a namorada, e cúmplice, também arguida no processo.
Durante o depoimento, que durou toda a manhã, o suspeito referiu que os pais não aceitavam o seu atual relacionamento amoroso, não concordavam com a venda que ele fez de um armazém e que tinham tido, há pouco tempo, desentendimentos. A soma destas situações, relatou, fê-lo encomendar a morte dos pais.
Contrariando a acusação, o arguido garantiu que o crime nada teve a ver com a herança, mas com “más opções de vida” que foi tendo e “que geravam discussões e conflitos” com os progenitores e confirmou que encomendou a morte a um amigo do filho, não tendo traçado qualquer tipo de plano, pedindo-lhe apenas que fosse “rápido e sem grande sofrimento”, entregando-lhe para isso as chaves de casa e explicando-lhe as rotinas dos pais.
O alegado executante do crime, de 23 anos de idade, ouvido durante toda a tarde no mesmo tribunal, revelou que nunca teve intenção de matar ninguém, mas apenas de extorquir dinheiro. “Ele pediu-me para matar os pais com um tiro e para tirar o fio de ouro que o pai trazia ao pescoço e trazer um cofre que continha relógios”, disse ao coletivo de juízes e aos quatro jurados.
O alegado executante do crime diz ter assaltado a casa para convencer o outro arguido e que a arma que levou serviu apenas para assustar os pais, tendo agredido o casal com coronhadas apenas porque foi agredido.
O arguido contou, ainda, que depositou o dinheiro na conta da namorada para não levantar suspeitas, tendo-lhe contado o sucedido após ter cometido o crime.