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Jovens de Vila do Conde sobrevivem ao furacão Irma

20 Setembro 2017
Jovens de Vila do Conde sobrevivem ao furacão Irma
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O furacão Irma devastou as ilhas de São Martinho e São Bartolomeu, nas Antilhas Francesas, além de Antígua e Barbuda, no mar das Caraíbas. O balanço mais recente de vítimas indica, até o momento, oito mortos e 23 feridos em São Martinho e um morto em Antígua e Barbuda, onde a maioria das construções foram destruídas e metade da população está sem casa.
Grande parte do território francês da ilha de São Martinho, com 70.000 habitantes, foi destruído pelo furacão Irma, de categoria 5, de acordo com as autoridades locais. O olho do furacão, de quase 50 quilómetros de diâmetro, permaneceu na quarta feira, 6 de setembro, durante cerca de uma hora e meia sobre a ilha de São Bartolomeu, para depois se deslocar para São Martinho.
Dois vilacondenses, das freguesias de Gião e Vilar do Pinheiro, sobreviveram ao furacão Irma.
Nelson Morais e Ricardo Oliveira estavam em São Bartolomeu a trabalhar, há cerca de 4 meses, quando a passagem do furacão Irma devastou aquela ilha das Antilhas Francesas.
“Estava a trabalhar e quando me apercebi estava no meio de um furacão”, diz, agora, entre sorrisos, Nelson Morais, da Freguesia de Vilar do Pinheiro, em Vila do Conde. “Fomos avisados que se iria dirigir para São Bartolomeu um furacão de nível 2, mas quando chegou à ilha estava no nível 5, o máximo, e como não tinha passado por nenhum e também nenhum tinha passado por mim fiquei um pouco apreensivo”, desabafou Nelson Morais. “Depois de termos sido avisados que o Irma ia passar, vedamos a casa toda. Trancamos portas e janelas com tudo o que estava dentro de casa e só nos restou rezar e esperar que passasse”, continuou o jovem de Vila do Conde. “O furacão começou por volta da 1 hora da manhã. Eu comecei a ouvir coisas a bater no telhado e outras a voar pela rua e a casa toda a abanar. Foram 8 horas que tivemos ali de desespero”, desabafou Nelson Morais.
Depois da passagem do furacão Irma pela ilha de São Bartolomeu, Nelson Morais e Ricardo Oliveira tiveram que se dirigir pelos próprios meios para Guadalupe para serem repatriados para Portugal.
Os dois vilacondenses foram repatriados num avião militar Lockheed C-130 Hercules, numa viagem de 22 horas, com escala no Brasil, em Cabo Verde, e finalmente em Lisboa, onde foram recebidos por representantes da Câmara Municipal de Vila do Conde e de onde partiram para as suas casas nas freguesias de Gião e Vilar do Pinheiro, em Vila do Conde.
“Foi uma coisa surreal, a ilha ficou completamente arrasada, mas ao menos já tenho mais uma história para contar e posso dizer que já andei de Lockheed C-130 Hercules”, confidenciou o jovem de Vila do Conde.
Nelson Morais não descarta a hipótese de voltar a São Bartolomeu, mas garante que “tão cedo não há condições para nós voltarmos, porque a ilha ficou completamente destruída”.
Ricardo Oliveira, ainda a refazer-se do choque, descarta a hipótese de voltar à ilha das Antilhas Francesas e garante que para São Bartolomeu não vai mais, “até porque depois do Irma passar nas Caraíbas passou o furacão Maria e ainda andam lá mais dois furacões”.