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Fábio Coentrão indiciado por fraude fiscal em Espanha

17 Maio 2017
Fábio Coentrão indiciado por fraude fiscal em Espanha
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Fábio Coentrão e Radamel Falcao estão indiciados por fraude fiscal em Espanha. Os dois jogadores têm em comum o facto de terem recorrido a triangulações de rendimentos, através de paraísos fiscais, e à Irlanda para se furtarem ao pagamento de impostos e de terem usado a mesma sociedade irlandesa que outros jogadores do agente Jorge Mendes, a Multisports & Image Management (MIM) Limited.
Segundo um jornal espanhol, que integrou a rede de órgãos de comunicação social que denunciaram o Football Leaks, Fábio Coentrão, jogador do Real Madrid, está acusado de defraudar o fisco espanhol em 1,29 milhões de euros, através do recurso da sociedades do Panamá e da Irlanda. As suspeitas de fraude fiscal remontam aos exercícios de 2012, 2013 e 2014.
Segundo pormenoriza o El Pais, o jogador português terá simulado em 2011 ter cedido os seus direitos de imagem à sociedade Rodinn Company INC, domiciliada no Panamá, que, por seu turno, os cedeu à Multisports & Image Management Limited, domiciliada na Irlanda.
Quando foi contratado para jogar no Real Madrid, Fábio Coentrão terá mantido a estrutura societária com o objectivo de manter “opacas” as receitas sobre os seus direitos de imagem, descreve o El Pais.
Já Radamel Falcao terá desviado 5,6 milhões de euros dos cofres públicos, através do recurso a sociedades nas ilhas Virgens britânicas, Panamá e Irlanda nos anos de 2012 e 2013, quer enquanto jogador do Atlético de Madrid, quer pela sua participação na selecção colombiana, descreve o El Mundo.
Estes serão os primeiros resultados visíveis das denúncias feitas em dezembro de 2016 pelo Consórcio Internacional de Jornalistas. Este consórcio, que em Portugal é integrado pelo Expresso e a TVI, teve acesso a documentos que revelam os esquemas que as estrelas do futebol montam para reduzir a sua factura fiscal.
As notícias surgidas na altura eram pouco abonatórias para Fábio Coentrão, Cristiano Ronaldo (que desmentiu as suspeitas de forma veemente), José Mourinho (que garantiu ter as contas em dia) e Jorge Mendes, embora a natureza criminal das técnicas usadas não fosse ainda clara.
Agora, o português Fábio Coentrão é acusado de ter defraudado o fisco em 353 mil euros em 2012, 429 mil euros em 2013 e 510 mil em 2014. Segundo a acusação, Coentrão “assinou um contrato em que simulava a cedência dos direitos de imagem à sociedade Roddin Company INC, cujo domicílio fiscal está na cidade do Panamá, na república do Panamá”. No mesmo dia, segundo a imprensa, os mesmos direitos foram cedidos à sociedade irlandesa, numa tentativa de fintar o fisco espanhol.
No final de 2015, e após ter sido alvo de uma inspeção do fisco espanhol, Fábio Coentrão decidiu entregar à Autoridade Tributária, em Portugal, uma declaração de substituição do seu IRS relativa a 2011. Nessa retificação, Coentrão declarou para 2011 um rendimento adicional de 3,5 milhões de euros, relativo ao montante auferido através do Panamá.
Já sobre Radamel Falcao, ex-jogador do FC Porto, a acusação, apresentada a 18 de abril, diz que o colombiano recorreu a sociedades nas Ilhas Virgens, Panamá e Irlanda e que alterou a morada fiscal para o Mónaco dias antes de ser transferido para esse clube. Falcao terá defraudado o fisco em 823 mil euros em 2012 e 4.839 mil euros em 2013.
Estas denúncias juntam-se às apresentadas pelas autoridades espanholas contra o argentino Angel Di Maria e o português Ricardo Carvalho, quando representavam o Real Madrid, também por alegada evasão fiscal.