Última hora

Pedro Brás Marques expõe fotografias em Vila do Conde

21 Abril 2017
Pedro Brás Marques expõe fotografias em Vila do Conde
Cultura
0

“Poemas do Silêncio” é o nome de uma exposição coletiva de fotografia que vai ficar patente ao público a partir do próximo sábado, 22 de abril, às 15 horas, no Teatro Municipal de Vila do Conde.
A mostra reúne trabalhos de Fernando Andrezo, José Moutinho, Pedro Sousa e Pedro Brás Marques, quatro fotógrafos amadores, vindos de áreas de formação profissional distintas, unindo-os a paixão pela «oitava arte».
Nesta exposição, cada um dos 4 protagonistas procurou captar a sua visão do que é uma fotografia que definem como “um momento mágico de luz, recolhido por um aparelho mecânico, mas imortalizado no tempo pela alma do artista-fotógrafo”.
O Renovação falou com Pedro Brás Marques e tentou perceber o que leva um Advogado a andar sempre com uma máquina fotográfica na mão.

A fotografia é uma paixão recente?

Não, de modo algum. Começou mesmo muito cedo. A primeira câmara que usei foi uma alemã, a Adox, muito simples. Depois, passei para a reflex, uma Konica T3 do meu pai. Tinha uma lente fixa de 50mm, pelo que, passado pouco tempo, comprei duas lentes: uma Hanimex 28-80 e uma Tamron 80-210, que já permitiam um leque mais vasto de oportunidades. Tive ainda uma Zenit russa, depois uma Minolta, até que, com o advento do digital, passei para a Canon, donde nunca mais saí. Tive logo a primeira reflex digital do mundo, a Canon Rebel e mais uma série delas desde então. A última comprei-a há três meses.

Quando começou a fotografar?

Deveria ter uns dez anos… Aos quinze já tinha feito um curso de fotografia, com revelação e tudo. Agora, com o digital, aquela magia da câmara escura desapareceu…

Onde podem ser vistas as suas fotografias, para além das que vão estar expostas em Vila do Conde?

Até ser desafiado pelo Fernando Andrezo, com quem tenho vindo a expor, nunca arranjei coragem de o fazer. Estão espalhadas por minha casa, no meu escritório e tenho um website com milhares delas.

Qual a razão do título “Poemas do Silêncio” para uma exposição de fotografia?

Uma fotografia deve transmitir uma emoção. Mas, ao mesmo tempo, cristaliza em silêncio um momento do Tempo. O título provém dum poema do José Régio e entendemos que se adequa na perfeição àquilo que significa ou deve significar uma fotografia.

Fale-nos da sua mais recente exposição “Poemas do Silêncio”, no Teatro Municipal de Vila do Conde.

“Poemas do Silêncio” é constituído por fotografias de quatro fotógrafos, cada um com a sua sensibilidade. Da minha parte, são dez imagens que intitulei “Mar de Vila do Conde”. O mar tanto oferece serenidade, bonança e beleza como é capaz de rugir em fúria e brutalidade incontroláveis. O mar dá. O mar tira. No meio, o homem respeita-o. Não o procura domar, mas tenta corrigir os seus excessos, colocando barreiras e protegendo-se. Convive com ele e agradece-lhe o alimento que ele lhe oferece. É esta relação dual entre o homem e o mar que procurei materializar nas dez fotografias que compõe a secção “Mar de Vila do Conde”.

Fernando Andrezo, José Moutinho e Pedro Sousa fazem fotografia com o Pedro Brás Marques ou conheceram-se para fazer a exposição?

O Fernando, sim. Conhecemo-nos desde o tempo da universidade, ele em Gestão e eu em Direito. A fotografia manteve a ligação. O José Moutinho e o Pedro Sousa conheci-os numa colectiva que fizemos em Ermesinde. Correu bem e resolvemos manter a parceria…

Onde gostaria de ver as suas fotografias expostas?

As minhas fotos têm um carácter muito realista. Não há quase pós-produção nenhuma. O essencial tem de lá estar no momento do “click”. Por isso, são de fácil percepção o que leva a que qualquer espaço as possa acolher.

A entrada na exposição coletiva de fotografia “Poemas do Silêncio”, patente ao público a partir do próximo sábado, 22 de abril, às 15 horas, no Teatro Municipal de Vila do Conde, é gratuita.