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As 4 Mulheres de Deus – a Puta, a Bruxa, a Santa & a Imbecil

30 Março 2017
As 4 Mulheres de Deus – a Puta, a Bruxa, a Santa & a Imbecil
Opinião
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É o título dum livro curioso de Guy Bechtel que “nos conduz a um percurso quase iniciático, através do qual vão sendo postas em causa ideias pré-concebidas que todos possuímos em relação à história recente no âmbito civilizacional em que vivemos”. (Paulo Mendes Pinto, em apresentação da edição portuguesa). Neste livro, com título polémico, somos todos castigados e redimidos. Todos confrontados com os alicerces onde assenta a nossa moralidade e cultura. O civismo e o cinismo. As mulheres e os homens de Deus e do Diabo.
O livro é uma extensa reflexão de 300 páginas, com análise sobre comportamentos da Igreja que, nem sempre, cuidou da mulher, igual ao homem em direitos e oportunidades e, menos ainda, a mulher apetecida e desejada pelo sexo oposto e com um cheirinho de mistério. Como diz o autor, é uma crítica ao “prazer mal visto”, ao “amor como catástrofe”, “à mulher carnal” e outros preconceitos. O autor distingue a mulher lúbrica, que busca o prazer sem cessar, a puta e a prostituta, a que chama profissional do sexo e se vê obrigada a vender o seu corpo. A moral do cristianismo, através dos tempos, é dura e pouco disponível à compreensão do comportamento sexual da mulher. Cristo, na sua pregação, ajuda-nos a construir um outro olhar sobre muitas atitudes que justificadamente nos chocam.
A bruxa, em todos os tempos, sempre exalou um perfume diabólico. É temível, mas quanto mais civilizado é o mundo, mais é solicitada. O bruxo aparece mais tarde e como uma deformação do “métier”. A santa aproxima-se da imbecil e tudo, diz o autor, devido ao antifeminismo clerical e à expansão da burguesia masculina.
Celebramos há pouco o “dia da mulher”. De seguida, vem o “dia da Mãe”. Entretanto, temos o “mês de Maria”. Também concordo que tudo é necessário para combater os cálculos machistas de homens agressivos e culturas instrumentalizadas para matar o sexo forte, o da mulher. O planeta é feminino, diz Valter Hugo Mãe.

Pe. Bártolo Pereira