Antes de viajar, siga os conselhos do seu médico

Opinião

0

Nos tempos que correm viajar torna-se cada vez mais simples em consequência da globalização e do avanço tecnológico, com meios de transporte cada vez mais evoluídos e eficientes. Esta realidade verifica-se particularmente no aumento exponencial de viagens internacionais. No entanto, este facto condiciona a exposição dos viajantes a novos fatores de risco, nomeadamente na área ambiental e das doenças transmissíveis. Um planeamento atempado que inclua medidas de prevenção adequadas permite minimizar os riscos associados às viagens. Neste contexto, sempre que viajar com destino a países fora da Europa deve realizar uma consulta do viajante que pode ser realizada em qualquer dos Centros de Vacinação Internacional espalhados pelo país, idealmente um mês antes da data de partida. Estas consultas são importantes pois permitem: avaliar as condições de saúde da pessoa antes de viajar, com particular destaque para os grupos da população mais vulneráveis, ou seja grávidas, idosos, crianças ou indivíduos com doenças crónicas sob medicação; receber conselhos sobre medidas preventivas a adotar antes, durante e depois da viajem, tais como vacinação, medicação preventiva, informação sobre higiene individual ou cuidados a ter com água e alimentos; obter as receitas para os medicamentos eventualmente necessários; recolher informações sobre a assistência médica no país de destino e aconselhamento sobre o kit farmacêutico que deve levar.
Particularmente no que diz respeito às vacinas, o Regulamento Sanitário Internacional em vigor estipula que a única vacina que poderá ser exigida aos viajantes na travessia das fronteiras é a vacina contra a febre-amarela. Alguns países não autorizam a entrada no seu território sem o comprovativo de vacinação contra outras doenças. É o que acontece, por exemplo, com a vacina contra a doença meningocócica, imposta pela Arábia Saudita aos peregrinos que se dirigem a Meca. As restantes vacinas são aconselhadas em função do país para onde pretende viajar. As vacinas mais indicadas, em função do destino, são as que protegem contra as seguintes doenças: cólera, difteria, encefalite japonesa, hepatite A, hepatite B, gripe, raiva, tétano e febre tifoide.
É particularmente importante que durante a estadia ou no regresso da viagem e até 30 dias após a chegada procure um médico se apresentar sintomas como diarreia, icterícia (amarelecimento dos olhos e da pele), manchas, feridas, dor de cabeça, vómitos, sintomas respiratórios assim como dores musculares ou articulares com febre associada.
Se viajar, consulte o seu médico de família. Previna-se!

Manuel Lages Pinto