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Balanço e previsões

12 Janeiro 2017
Balanço e previsões
Opinião
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Terminou o ano civil de 2016 e o Rio Ave acaba o ano numa excelente forma desportiva: 5 vitórias nos últimos 6 jogos do ano, tendo somente perdido no Estádio da Luz. 2016 foi mais um ano bom para o nosso Clube, com um brilhante 6.º lugar no campeonato que nos deu acesso pela segunda vez na nossa história à Liga Europa. Pedro Martins terminou contrato e foi para Guimarães, no Rio Ave a aposta para esta época foi em Nuno Capucho, um treinador jovem com pouca experiência que tinha estado no Varzim na época anterior. Na Liga Europa as coisas não correram tão bem como da primeira vez, uma vez que fomos eliminados na 3.ª pré-eliminatória ainda que sem perder nenhum jogo, à custa de um empate a zero em Praga e um empate a uma bola em Vila do Conde. Capucho começou bem o campeonato, perdendo somente com F. C. Porto nas primeiras 5 jornadas num calendário difícil onde se destacou a vitória por 3-1 em casa frente ao Sporting que nos colocava à 5.ª jornada no grupo dos 3.ºs classificados. Seguiram-se no entanto 7 jogos sem vencer, 5 para o campeonato e 2 para as Taças, que levaram a direção a tomar a decisão pouco habitual de rescindir com o treinador a meio da época, entrando Luís Castro para o comando técnico. Até à data, a decisão parece estar a dar bons resultados.
As perspetivas para 2017 continuam a ser as mesmas das épocas anteriores: fazer um campeonato tranquilo na primeira metade da tabela e sempre a espreitar os lugares que dão acesso às competições europeias. Terminámos o ano em 6.º lugar, a 7 pontos do 5.º que garante acesso à 3.ª pré-eliminatória da Liga Europa, mas tal como na época passada, o atual 6.º lugar também poderá servir, desde que seja um dos 5 primeiros a vencer a Taça de Portugal e neste momento estão ainda Benfica, Sporting e V. Guimarães em condições de o fazer. Nós é que saímos cedo da Taça de Portugal esta época, ao sermos eliminados pelo Santa Clara nos Açores, mas na Taça da Liga, à data a que escrevo, ainda temos possibilidades de passar à fase seguinte e quiçá repetir a presença na final como em 2014.
O que se irá seguir, não sabemos. Estamos agora num ciclo positivo de resultados que esperemos se prolongue por muito tempo, mas nesta altura de abertura do mercado tudo pode acontecer, com entradas e saídas do plantel, onde o valor relativo das equipas se pode alterar. ASC anunciou que deveriam entrar um ponta de lança e um lateral esquerdo, o ponta de lança já foi anunciado, Gonçalo Paciência, filho de goleador que esperemos que relance a sua carreira com as nossas cores, o que significaria muitos golos até final da época.
O que continua também em 2017 no futebol português, são as constantes queixas de arbitragens quando não se vence um jogo, e neste aspecto, os 3 “grandes” do futebol português são geralmente os que fazem mais barulho, apesar de no final das contas serem dos que são mais beneficiados. Vale tudo para descartar as culpas em terceiros e disfarçar os erros próprios, sejam erros dos jogadores durante os jogos, sejam do treinador na constituição das equipas ou substituições, sejam das direcções a construir o plantel. Interessa é sacudir a água do capote e responsabilizar os outros, porque há que manter o tacho ou não perder popularidade em ano de eleições. Por falar em eleições, teremos também no Rio Ave eleições em 2017. ASC ainda não confirmou a recandidatura, diz que avançará se sentir o apoio da cidade e dos sócios e afirma que poderá haver concorrência e que ele próprio poderá apoiar outra lista se vir que são pessoas com responsabilidade. Penso que a generalidade dos rioavistas estará bastante satisfeita com o trabalho feito por ASC nestes últimos anos. Na minha opinião, se não tiver problemas de saúde a apoquentá-lo, ASC irá por certo recandidatar-se e será re-eleito para mais um mandato. Não há ninguém que seja unânime e perfeito, mas duvido que os rioavistas troquem o certo pelo incerto. Quanto à concorrência que fala poder existir, seria bom que quem está a pensar em concorrer apresentasse o quanto antes as suas ideias para o Clube de modo a poderem ser debatidas e posteriormente votadas em consciência pelos sócios. Não sei quem poderá ser a concorrência nem se ela vai aparecer, o que vejo são alguns desabafos por vezes nas redes sociais, mas que não são depois correspondidos nas Assembleias Gerais do Clube onde os assuntos devem ser discutidos. Interpreto assim esses desabafos como questões pessoais e não como uma avaliação isenta do trabalho que está a ser feito no Clube. Algo que poderia alterar este panorama seria o aparecimento do assunto SAD nas eleições. Já há alguns anos que se fala da possibilidade de formação de uma SAD, não me parece no entanto que tal faça sentido se temos sobrevivido com sucesso como SDUQ. A única vantagem da SAD seria a injecção de capital, que poderia por exemplo servir para as obras necessárias no estádio e infra-estruturas para treinos, mas a palavra final será sempre dos sócios, na decisão de quererem ou não esse rebuçado em troco da alienação do Clube.

Renato Sousa