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Novos ciclos

9 Dezembro 2016
Novos ciclos
Opinião
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Falava aqui na última crónica que existem vários ciclos ao longo da época e de um jogo de futebol e o Rio Ave estava num ciclo negativo na época, com 7 jogos sem vencer. A direcção decidiu que algo deveria ser feito e ao contrário do habitual substituiu o treinador a meio da época. Aproveitando a paragem do campeonato durante duas semanas devido a eliminatória da Taça e jogo da selecção, o Rio Ave rescindiu com Nuno Capucho e contratou Luís Castro, treinador que estava ao serviço do FC Porto B e no qual tinha sido campeão na época passada. Na minha opinião Nuno Capucho ainda tinha alguma margem de manobra e Luís Castro não seria a minha primeira escolha. Certo é que no seu primeiro jogo tivemos finalmente o regresso às vitórias para terminar o ciclo de resultados negativos em que nos encontrávamos. O que é que mudou? A ponta de sorte que não tivemos noutras ocasiões. Voltámos a ser melhores do que o adversário, a criar mais e melhores oportunidades de golo, como tínhamos feito com V. Guimarães e Boavista, mas desta vez a sorte esteve do nosso lado e um livre quase inofensivo do regressado Filipe Augusto sofre um ressalto estranho na relva (terra) e trai o guarda-redes adversário. Bem esteve Luís Castro no final da partida a não ficar com os louros para si, que trabalhou só duas semanas no clube, mas a distribuir o mérito pelos jogadores, direcção, adeptos e também por Nuno Capucho. Sinceramente, não acredito até ouvir da boca de algum jogador, na teoria que a equipa tinha “feito a cama” a Nuno Capucho. Penso que a atitude esteve lá nos últimos jogos, foi mais uma questão de falta de sorte ou ineficácia ofensiva. Mas como a sorte e o azar fazem parte do jogo, o que nós queremos é que Luís Castro tenha muito mais sorte que Capucho e nos leve de novo à luta pelas competições europeias. E para esse caminho ser de sucesso, nada como ter conseguido uma segunda vitória no seu segundo jogo, agora em casa frente ao Tondela por 3-1. Num jogo onde apesar de termos criado menos oportunidades do que em jogos anteriores, conseguimos ser eficazes e concretizar três, com destaque para o golo de Filipe Augusto. Filipe esteve lesionado durante vários meses e regressou em Setúbal para marcar o feliz golo da vitória e marcou o terceiro frente ao Tondela. É claramente um jogador com qualidade acima da média e se até agora estava com esperanças que ele regressasse em Janeiro, neste momento tenho é receio que ele não fique cá até final da época, se for titular nos próximos jogos e demonstrar a qualidade que dele se espera. Aí, será sempre a velha questão de balançar a performance desportiva com a necessidade de vender jogadores para manter as contas positivas e investir nas infra-estruturas do Clube.
Soubemos na última assembleia geral que já há projecto para melhorar a cobertura da bancada poente, falta o dinheiro para o concretizar. Mas como o Clube não pode esperar pelas condições ideais, vai mesmo avançar na próxima época uma alteração ao sistema de quotizações, tendo o mesmo sido aprovado pela maioria dos sócios na última Assembleia Geral, uma das mais participadas de sempre. Atualmente, os sócios do Rio Ave F.C. pagam simplesmente as cotas mensais, cujo valor depende da categoria em que o sócio se insere ou do local no estádio onde pretende ver os jogos e tem acesso a todos os jogos do Campeonato e Taça da Liga. A partir da época 2017/18, ou seja a partir de Julho de 2017, os sócios continuarão a pagar cotas mensais, com valores mais reduzidos que os praticados atualmente e poderão depois escolher se pretendem comprar um lugar anual ou comprar bilhetes somente para os jogos a que forem assistir. O lugar anual trará outros benefícios, para além de poder escolher a cadeira no estádio, e não ficará mais caro do que o valor total das cotas pago atualmente. Naturalmente este novo sistema vem mexer com o que os sócios do Rio Ave estavam habituados, mas era necessário este passo, até pela necessidade de todas as pessoas que assistem aos jogos terem de ter o seu lugar marcado, o que não acontece atualmente, onde cada um se senta onde houver lugar. Não há sistemas perfeitos, penso que este sistema será prejudicial para a fidelização do público menor, que estava isento de cotas e bilhete e passará a ter de pagar bilhete ou lugar anual, continuando isento de cotas. Também no critério definido para a atribuição dos lugares anuais, haverá certamente gente que não vai ficar junto do amigo com quem costumava ir ver os jogos, mas depois da poeira assentar na primeira época, penso que todos irão concordar que era um passo necessário.
Teremos agora um ciclo de resultados positivos com Luís Castro? Teremos um ciclo de entrada de novos sócios com este sistema de quotizações? Só o tempo o dirá, num caso mais rapidamente do que no outro.

Renato Sousa