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Obstipação: Um sintoma frequente na nossa população

16 Novembro 2016
Obstipação: Um sintoma frequente na nossa população
Opinião
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A obstipação, ou vulgarmente conhecida como prisão de ventre, é uma queixa comum que resulta numa alteração significativa na qualidade de vida das pessoas. Carateriza-se pela alteração dos hábitos intestinais associada a uma baixa frequência de evacuações assim como uma dificuldade em expulsar as fezes, na maioria dos casos endurecidas. Podem surgir sintomas associados à obstipação como desconforto abdominal, flatulência, distensão abdominal ou dor na região lombar e a longo prazo a persistência de obstipação pode resultar em complicações intestinais, nomeadamente hemorroidas ou divertículos intestinais.
O desenvolvimento de obstipação está normalmente associado a uma ingestão pobre em líquidos e alimentos ricos em fibras ou então a alterações do trânsito intestinal resultantes de certas doenças, nomeadamente gastrointestinais e/ou endócrinas, uso de certos fármacos ou devidas à própria idade avançada da pessoa. No entanto, há que ter em conta que existem alguns sinais, quando associados à obstipação, que tornam obrigatória a realização de uma investigação médica complementar, no sentido de excluir doenças graves, nomeadamente tumores, que expliquem este sintoma. Perda de peso significativo, anemia, sangramento retal, principalmente em pessoas com mais de 40 anos, são alguns sinais que nos devem alarmar quando associados à obstipação.
Existem algumas atitudes que sendo praticadas diariamente e de forma regular podem ser úteis no sentido de melhorar os sintomas de obstipação. Em primeiro lugar, o reforço hídrico é importante. Devemos consumir, no mínimo, 1,5 a 2 litros de água por dia. Os chás, quentes ou frios são também uma boa alternativa. Em segundo lugar, devemos adoptar uma dieta rica em fibras. Para isso é importante comer sopa às principais refeições, ingerir 3 peças de fruta por dia e acompanhar as refeições com saladas e legumes de forma a ocupar metade do prato principal. A ameixa e o kiwi são os melhores frutos laxantes. Adicionalmente podemos também juntar à nossa alimentação algumas sementes, nomeadamente as de linhaça, de aveia ou as de abóbora. Neste caso, estas devem ser trituradas antes de serem adicionadas à sopa ou ao iogurte, por exemplo, de forma a produzirem o seu efeito laxante. Devemos também dar preferência aos alimentos integrais, nomeadamente no que se refere ao pão, aos cereais, às bolachas e às tostas. Por último, a prática de exercício físico é essencial. Caminhar pelo menos 30 minutos por dia ajuda à mobilização do nosso intestino.
Evite a toma de laxantes ou clisteres frequentemente, já que o uso frequente destes produtos tende a criar habituação ao nosso intestino, o que implicará que a longo prazo o mesmo tenha dificuldade em funcionar sem o seu uso. Não tome medicamentos por iniciativa própria. Caso tenha dúvidas ou pretenda informação adicional relativamente à obstipação, não hesite em contactar o seu médico de família.
Cuide da sua saúde!

Manuel Lages Pinto