Festas de São João

Opinião

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24 de maio: de hoje a um mês, Vila do Conde festejará o seu Padroeiro, e, recordamos a satisfação das velhas “mestras”, crianças e adultas que evocavam assim, em verso, a saída do mês de maio para receber o mês de junho; Vai-te embora mês de maio/Entra junho que é verão/Está-se aproximar o dia /do Baptista São João.
Ainda hoje, e, num costume vindo de há muitos anos, que, felizmente, se não extinguiu, o povo da Vila cantará o velho “São João”, herdado dos tempos do Convento e transmitido de geração em geração.
No alto do Monte, onde primeiro se ergueu o “Castro de São João”, e, cá em baixo, nas traseiras do Adro, nos arraiais da Praça, ouvir-se-ão, hoje, ao cair da tarde, as rendilheiras cantar.
Não é preciso dizer-se-lhes nada. Elas lá estarão, espontaneamente, no respeito pelos usos que herdaram de pais e avós. É o primeiro anúncio festivo do São João, que Vila do Conde acolhe com carinho e jubilo.
Vale por mais propaganda que se faça, porque vai direito à alma tradicionalista e crente de Vila do Conde.
É a alegria da mocidade, o acordar saudades na lembrança dos velhos, e, a dizer aos novos que o São João não vem longe.
E, se no dizer do poeta “Cantar Vila do Conde/É suprema graça;/ Um segredo que esconde/O Rancho da Praça!, acrescento que este ano, finalmente, e, como eu sempre defendi, alargou-se o São João de 1 a 24 de junho, embora, se devesse prolongar até ao dia 29, dia de São Pedro, que muito diz aos Vilacondenses como enceramento das festas do concelho.
Finalmente, e, porque assistimos a uma maior envolvência das freguesias nas festas maiores, uma palavra sincera de gratidão à Comissão de Festas pelo empenho na realização das mesmas, e, como Ventura do Paço, traduzo e transmito também, neste verso, o bairrismo dos Vilacondenses pela sua terra sem “amarras” ou “limites”, “ Amamos o mar ao fundo…/E no cenário profundo/Que o velho Mosteiro esconde,/POÇA DA BARCA E CAXINAS/Dos nossos olhos meninas…/São bem de Vila do Conde”!
Bom São João

Artur Bonfim