Dia Mundial sem Tabaco: valorize a sua vida

31 Maio 2016

Opinião

Hoje, dia 31 de maio, é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1987.
Um em cada quatro portugueses é fumador. Mas o que leva as pessoas a fumar? Será a necessidade de relaxar, a curiosidade em experimentar ou a necessidade de afirmação?
Segundo a OMS, o consumo de tabaco é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 5 milhões de mortes anuais.
A dependência do tabaco é um fenómeno complexo, resultante da interação de vários fatores, dos quais a nicotina, que é capaz de induzir dependência física e psicológica.
É consensual que o tabagismo – ativo e passivo – é um fator de risco não só para o próprio fumador como também para os não fumadores expostos ao fumo do tabaco, sendo as consequências do consumo e exposição bem estabelecidas para um grande número de doenças.
A lista de doenças relacionadas com o tabaco é extensa e assustadora, devendo ser encarada como um bom motivo para a decisão de parar de fumar. O tabagismo é uma causa reconhecida de cancro do pulmão (risco dez a vinte vezes maior do que em não fumadores), boca, laringe, rim, bexiga, entre outros; de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) sendo responsável por 80% dos casos; de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares – aumento da tensão arterial, frequência cardíaca, risco de enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC); de efeitos na saúde reprodutiva como impotência sexual e infertilidade e de complicações na gravidez.
O consumo de tabaco por crianças e adolescentes tem consequências imediatas, sendo lesivo para a maturação e função pulmonares, menor desenvolvimento físico e para o aparecimento de queixas respiratórias como tosse e expetoração.
Para a mulher, fumar contribui para a diminuição da fertilidade, para uma menopausa precoce, aparecimento de osteoporose e, em associação com a toma de pílula, com mais de 35 anos, para um risco acrescido de doença cardiovascular, como enfarte e tromboflebite.
Fumar durante a gravidez é atualmente a principal causa evitável de complicações quer para a mãe, quer para o feto e o recém-nascido. Assim parar de fumar antes de engravidar permitirá reduzir substancialmente o risco de aborto espontâneo, prematuridade e baixo peso ao nascer.
Parar de fumar é benéfico em qualquer idade, tanto para homens como para mulheres, em pessoas com ou sem doenças relacionadas com o tabaco e os benefícios são imediatos:
– 20 minutos após parar de fumar: pressão arterial e ritmo cardíaco baixam;
– 12 horas depois: o nível de monóxido de carbono (gás tóxico para o organismo constituinte do fumo do tabaco) no sangue diminui e o de oxigénio aumenta;
– 2 semanas a 3 meses depois: o risco de enfarte do miocárdio diminui e a função pulmonar melhora.
– 1 a 9 meses depois: a ocorrência de tosse e falta de ar diminuem;
– 1 ano depois: o risco de doença cardíaca coronária (enfarte por exemplo) é metade do de um fumador;
– 5 anos depois: o risco de acidente vascular cerebral (AVC) é igual ao de um não fumador.
– 10 anos depois: o risco de cancro do pulmão é cerca de metade do de um fumador. O risco de cancro da boca, faringe, esófago, bexiga, rim e pâncreas também diminui.
– 15 anos depois: o risco de doença coronária é igual ao de um não fumador.
Muitas pessoas conseguem deixar de fumar por si, mas mudar não é, em regra, um processo fácil, pelo que é importante procurar ajuda profissional.
Parar de fumar é benéfico em qualquer idade, mas os benefícios são tanto maiores quanto mais cedo o fizer, por isso hoje será certamente um ótimo dia para escolher mudar de vida.