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“Less Is More”

5 Novembro 2015
“Less Is More”
Opinião
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A verdadeira elegância no vestir é algo pouco preciso, mesmo possuindo certos conhecimentos na matéria. Faz-se notar pela qualidade dos materiais e pelos próprios cortes da roupa, mas está intrinsecamente relacionada com o corpo de cada um e à forma em como são conjugados determinados outfits.
Há quem tenha looks bem agradáveis apenas com “trapinhos baratos” e há quem se pareça bastante deslocado e pouco à vontade quando se veste bem e caro.
“Uma senhora ou um cavalheiro notam-se sempre, mesmo com um casaco velho ou uma blusa amarrotada”. Isto até porque, excluindo o aspecto de cada um, que também é relevante, há ocasiões para tudo e roupa para toda a ocasião.
Dentro dos mais variados estilos, respeitando os dress codes, há roupa elegante para se ir trabalhar, para sair à noite, para situações formais e/ou sociais, dentro de uma infinidade de opções e conjugações. É sempre importante ter em conta esta linha de pensamento, já que há pessoas que quando tentam adotar um visual mais polido e alinhado pensam, erradamente, que têm que estar sempre com um aspeto demasiado formal, inadequadamente ajustado à ocasião, ficando a roçar o ridículo, numa linha muito ténue que separa a naturalidade da caricatura desconfortável, originalmente bem-intencionada. O caso das meninas que se preparam de tal forma que parecem pequenas mulheres, adotando looks pesados e vestidos desapropriados ou de homens que vão de fato a churrascos são o exemplo disso.
Já Chanel dizia: “Elegância é renúncia!” O tal “Less Is More”, que assegura um look polido e clean, é a elegância do enquadramento, pois quem está adequado à ocasião que o rodeia emana confiança e luz própria.
Nunca será demais realçar que para se ter um visual moderno e sofisticado não é preciso transformarmo-nos noutra pessoa, embora toda a gente deva ter em casa uns artigos certos para determinados eventos.
Gostos não se discutem, demasiado cliché?! A verdade é que é possível adotar um estilo Hipster, Vintage ou StreetWear e estar extremamente elegante, contudo convém salientar que com visuais alternativos, padrões com muita cor ou determinadas fantasias o erro estético é mais facilmente atingido.
Um verdadeiro senhor conhece-se pela roupa e pelo calçado. Para os homens, por muito que se invente, as variantes são sempre bem menores que as das mulheres e é-lhe mais fácil manter um guarda-roupa actualizado, que torna mais viável uma cultura de elegância intemporal, onde apenas pormenores fazem a diferença.
Quanto ao sexo oposto, uma panóplia de opções surge quase diariamente, mas são imprescindíveis uns bons básicos para limitar o ruído visual nos coordenados para que os “trapinhos” que se tem por casa, mesmo que de preços mais reduzidos, cumpram a sua função, garantindo um mínimo de qualidade.
Independentemente do gosto, da personalidade e do estilo de vida de cada um, uma das premissas é saber o que é correto ou não e o que é adequado a cada momento ou situação, pois há detalhes do nosso gosto que nos remetem imediatamente para um aspeto deselegante.

Pedro Martins