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Derrubem-se os açudes

26 Novembro 2015
Derrubem-se os açudes
Opinião
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Se o nosso bom povo, ordeiro e trabalhador, juntamente com os nossos políticos não veem e não querem saber, nem tão pouco pensarem que o rejuvenescimento do Ave é o melhor caminho para engrandecer Vila do Conde, então iremos regredir ao tempo em que as freiras iniciaram a construção do açude, “matando”, assim, o desenvolvimento que o Ave e Vila do Conde tinham.
Como dizia o saudoso Sr. Luís Maia, “um dos projetos mais grandiosos, o empreendimento de mais subido interesse para esta nossa Vila do Conde, seria  aquele que procurasse fazer voltar o rio ao seu antigo estado fisiológico e agora digo eu que de seguida as águas do mar viriam fazer a dragagem final”.
Seria bom que todos os Vilacondenses se empenhassem nesta causa, tão valiosa como nobre,  que é o problema do rejuvenescimento do nosso Rio Ave, para que dele se tire o proveito necessário para o transformar num “grande” rio, num “grande” porto e numa barra segura.
Demolir os açudes é dar uma nova vida ao nosso Rio Ave, ao nosso porto e à nossa barra, impulsionando com isso a navegação, o comércio e a indústria da pesca, dando ao nosso Ave a vida que teve há séculos atrás.
Temos a certeza que se demolirmos os açudes mais próximos da nossa barra, “não serão assim tantas as lágrimas das lavadeiras que o farão transbordar”.
Vila do Conde que já foi império na construção naval, na navegação e no comércio marítimo, fez convergir e convergiu vários fatores de riqueza, hoje mais não é que um modesto porto onde só podem entrar e sair pequenas embarcações.
Ora, se melhorarmos a barra, o porto e o rio, transformaremos novamente a nossa terra numa nova era de prosperidade.
Acabemos pois primeiro com os açudes para dar estuário e corrente ao rio, e, então depois de cuidar da barra e do porto, Vila do Conde, terá das melhores barras do país e um rio fidalgo, hospitaleiro e lindo para navegar.
E já agora, dado que a nível turístico a nossa bela “Princesa do Ave” parece continuar adormecida, daqui lanço o repto de que não será o mesmo rio um fator primordial e agregador para alavancarmos o nosso turismo fluvial e rural?
Salvo melhor opinião, é minha genuína convicção de que está na hora que, quem de direito e com responsabilidades a nível local, analise o meu repto e ausculte os entendidos em matérias turísticas no sentido de elaborarem um estudo quanto à potencialidade turística do nosso Rio Ave, como fator primordial e crucial da evolução da nossa valência turística em conjugação com as infraestruturas já existentes.

Artur Bonfim