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Opinião Pública X Opinião Publicada

23 Outubro 2015
Opinião Pública X Opinião Publicada
Opinião
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É profundamente notória a influência que os meios de comunicação social exercem na vida das pessoas. O poder que desempenham na formulação de opinião pública produz efeitos na articulação da forma como socializamos.
A opinião pública é o que a maioria das pessoas pensa e a opinião publicada é o que se publica para que que se forme e manipule a opinião pública.
A opinião pública é a expressão popular na criação, fiscalização, execução e é, acima de tudo, a crítica das directrizes de uma sociedade. É, também, designada por senso comum, onde se inserem as ideias consideradas corretas pela maioria da sociedade e que seguem um padrão ético-moral que é subjectivo, segundo a cultura, condições sociais e, nalguns casos, religião. Quando se diz, por exemplo: “A opinião pública está a pressionar o governo”, significa que a sociedade civil, geralmente através dos meios de comunicação social, expressa uma posição de pressão ao governo. É, portanto, o comportamento que a maior parte de uma sociedade toma em relação a algum assunto, ou não.
No campo político, é controverso o conceito de opinião pública e o seu papel. As obras sobre a Democracia do século XX não são unânimes quanto ao seu significado e à sua função. Na antiguidade já se empregavam locuções semelhantes para o termo: os romanos falavam em “consensus populi”, em sentido puramente jurídico. Nem Gregos, nem Romanos usaram o termo na sua presente acepção política. A expressão “Vox populi, vox Dei” já era utilizada pelos filósofos na Idade Média e, mais tarde, em “Discursos”. Maquiavel comparou a voz do povo à voz de Deus. No século XVIII, Alexander Pope escreveu: “É estranha a voz do povo; é e não é a voz de Deus”. Mas, opinião pública, no seu sentido sociológico, surgiu na linguagem da Europa Ocidental, introduzida pela França, onde Jean-Jacques Rousseau a usou, pela primeira vez, nas vésperas da revolução.
A não interação social pode ocasionar o isolamento. Para evitar a exclusão, as pessoas procuram estar inteiradas da opinião dominante, construída a partir da imposição dos meios de comunicação social, que é reforçada pela ideia de que o Agenda Setting alicerça as discussões de grupos.
“Embora a imprensa, na maior parte das vezes, possa não ser bem sucedida ao indicar às pessoas como pensar, é espantosamente eficaz ao dizer aos seus leitores sobre o que pensar” (Mclombs: 1972).

Fernando Ferreira