Última hora

Voltar a escrever…

4 Setembro 2015
Voltar a escrever…
Opinião
0

Foi com muito prazer que aceitei o desafio de escrever no Renovação. Aliás, a última oportunidade de escrever, com regularidade num jornal local, foi no extinto suplemento local do Primeiro de Janeiro e dessa época ainda me recordo do prazer que é verter em palavras as nossas preocupações e ajudar na discussão pública de temas que importam o bem comum.
Mas, se escrever é por si só um prazer fazê-lo, sobre uma terra que se adota como nossa, ainda torna mais aliciante essa atividade. Perceber a terra de Régio, à luz dos novos tempos e novas tendências, é um exercício de alma e uma árdua tarefa para podermos ser justos, assim como independentes face aos nossos credos ou convicções políticas.
Estando eu afastado dos lugares autárquicos, desde 2013, nunca cheguei a “deitar a toalha ao chão” e vou seguindo, atento, ao desenrolar das querelas políticas, dos sucessos e insucessos dos diferentes poderes da nossa terra e nos fóruns próprios lá vou deixando o meu humilde contributo. Estar aqui, será uma forma de reforçar essa indomável vontade de querer participar no desenvolvimento desta bela “princesa do ave”.
O ano de 2015 tem sido marcado por uma revolução silenciosa, (por vezes um silencio que se torna ensurdecedor), das estruturas dos diferentes poderes. Vão-se revelando as verdadeiras formas de estar de uns, expurgam-se os clássicos habitantes da zona cinzenta do poder e afirmam-se novos rostos e novas tendências que irão marcar o futuro da nossa terra.
Mas, para além das pessoas, também temos os factos políticos de dimensão adequada para se tornarem influentes no desenvolvimento do concelho. Desses, regista-se as eleições intercalares na Freguesia de Fajozes, a polémica do prédio das Caxinas, a retirada de proposta por imposição do povo referente a um investimento privado no lugar de Vilarinho, o cumprimento do PAEL (TROIKA ao nível local), que dá resultados evidentes na tesouraria da autarquia, a aposta em movimentos e iniciativas de cariz profundamente cultural e, naturalmente,  o desaparecimento da política do investimento público a “todo o custo”.
Esta dialética de factos é o resultado das opções da maioria dos vilacondenses. Estes vão ajuizando o trabalho dos diferentes poderes da nossa terra, ao longo dos últimos 40 anos, sempre dando preferência a um mesmo grupo. Hoje, percebemos que a necessidade de regeneração desse grupo está em máxima ebulição, pois trata-se de romper, no âmbito da maioria instalada, com um passado que já os começa a incomodar. E, Vila do Conde, será que mudará também? E se mudar, será para melhor?
Ficam as perguntas que serão o guia das ideias dos próximos meses…

Alexandre Raposo