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Porque não ando atrás dos políticos…

24 Setembro 2015
Porque não ando atrás dos políticos…
Opinião
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Em primeiro lugar, porque não acredito na maior parte deles. O que dizem, na maioria das vezes, não se concretiza. Falam, falam e as suas palavras são como grandes ondas no mar que desmaiam quando se enrolam na areia.
Infelizmente, quando um homem se torna político deixa de ser homem e age como um político, perdendo a sua identidade e humanidade. O homem é sempre homem e só depois é político. Eu acredito primeiro nos homens e só depois nos políticos.
Eu, que tenho por princípio a renovação das coisas e das pessoas, não vejo da parte dos políticos vontade de se renovarem. A política continua a ser comandada pelo dinheiro e quem tem o poder económico quer que este sistema continue, o rico cada vez mais rico e o pobre mais pobre.
A política, por princípio, não enriquece ninguém ou pelo menos não deveria, mas não é isso que se vê e à custa da política muitos ficam ricos. Constata-se, em altos cargos políticos, riquezas surpreendentes. A política tornou-se na galinha dos ovos de oiro para muitos.
Não acredito neste sistema de fazer e viver a política. Quem está na política devia estar ao serviço do povo e não a servir-se do povo. A política devia ser uma missão, por vocação, e não uma profissão. Vai-se para a política para fazer carreira, para ganhar muito dinheiro, para se ter prestígio, para mandar, para impor e para se governar.
Para mim, a política não é nada disto. E só quando um político me garantir (e fizer) que está na política para servir o povo, que não quer ganhar muito mais do que a maioria desse povo ganha, que não quer ter mais regalias do que esse povo tem, que não vai acumular rendimentos de vários cargos, que não quer ter reformas milionárias depois de meia dúzia de anos de exercício na função, que quer trabalhar com o povo e para o povo, então sim eu estarei com ele e dar-lhe-ei o meu voto de confiança. Como isto não passa de uma miragem, continuo a seguir por outro caminho para não ter de me cruzar com eles.
De qualquer maneira, esta minha ordem de ideias não é generalizada, pois existem políticos que são homens e exercem a política com humanidade e desprendimento, sem bipolaridade, e, por isso, também eu exerço a minha cidadania e nas eleições voto em conformidade.

António Postiga